As Emoções e a Liderança

Estamos vivendo uma época em que tudo que sabíamos estava esquecido por não ter tanta necessidade. Agora, está vindo à tona e de uma forma nunca experimentada. Por exemplo, sempre soubemos que não temos controle de nada, porém vivíamos com a sensação que poderíamos controlar tudo. Neste momento, sabemos que não. Temos um inimigo que está oculto e pode aparecer em qualquer lugar e a qualquer hora.

Inovação era um tema que as organizações sabiam que era necessário, porém a implantação era algo que demorava. Os próprios diversos setores da companhia a boicotavam. Agora, inovar é preciso e tudo está sendo implantado com a maior urgência, pois se trata de sobrevivência. Quem não se reinventar não conseguirá se manter vivo.

Esta inovação não só se aplica para a empresa quanto para todos os indivíduos. Isto não será diferente para a liderança que também era um tema sempre debatido e amplamente ensinado nos MBAs. No entanto, não praticado integralmente, pois a ausência de uma liderança forte em toda a organização era suprida por uma liderança forte no topo que traçava as estratégias. Assim, bastavam que as ações sugeridas fossem realizadas.

Porém, neste atual momento, de completa incerteza sobre o futuro, logicamente a liderança forte no topo é e será sempre necessária. Mas, nada será realizado se toda as demais lideranças da organização estiverem comprometidas. Devemos lembrar que estamos em guerra, e, nesta batalha, todos são importantes, principalmente os soldados.

Neste ponto, quero ressaltar o papel da liderança que deverá estar mais perto da sua equipe do que nunca. Isto porque, as mudanças serão cada vez mais rápidas e para fazer isto você necessitará da equipe comprometida. Você deverá entender que cada um de seus liderados têm motivadores distintos e que não poderá tratá-los de forma igualitária. Precisará gerar confiança, pois ela gera agilidade e baixos custos. Para se ter confiança há necessidade de transparência.

Como conseguir isso? Primeiramente reconhecendo que você também tem receios, medos, angústias. Trabalhar essa questão num processo de autoconhecimento para que você possa ter mais equilíbrio e conseguir o que será mais importante, que é ter empatia, ou seja, conseguir se colocar no lugar do outro. Quando nos conhecemos é mais fácil conhecer o outro.

Também é importante cuidar do físico com atividades, mesmo que seja dentro de casa. É possível fazer, através de vários vídeos no Youtube que podem ser acessados e ajudando que o estado físico seja um aliado neste período. Da mesma forma o mental pode e deve ser aprimorado, neste período, com as ofertas on-line de cursos e lives.

Por último e não menos importante, o cuidado com o lado espiritual que, ao meu ver, considero o fato de conseguir estar em contato com seu interior. A meditação pode ajudar muito, pois também acalma as emoções.

Se um líder está cuidando do seu lado mental, fisco, emocional e espiritual, conseguirá se equilibrar, controlar suas emoções e, assim, estará mais perto de sua equipe. Como liderança não é somente ser líder de uma equipe, mas também de sua própria vida, então cuidar de todos os nossos lados (mental, físico, emocional e espiritual) será importante para todos nós agora.  Volto ao início deste artigo. Isto sempre foi necessário, mas agora é vital para sobrevivermos.

Dor como Segregadora Social

Dor como Segregadora Social

O mundo parou, sim, literalmente todos fomos forçados a parar de alguma maneira. Parar de trabalhar porque férias coletivas foram dadas, ou porque perdemos o emprego. Em outra hipótese, o trabalho Home Office se tronou uma alternativa, mas que o mundo parou e suas rotinas também por causa da pandemia da COVID-19, é sabido de todos. Com a pandemia a dor apareceu como consequência. O que é a dor? Como podemos vencê-la? São questões que sempre acompanharão o ser humano em toda a sua existência, logo, é inevitável que a dor seja sentida, mas isto não implica que a dor não possa ser tratada. Neste artigo abordaremos a dor como uma segregadora social, porque ninguém quer ficar ao lado de uma pessoa que vive se queixando de uma  dor; uma dor de perda ou de fracasso, bem como a não compreensão da saída dos filhos de casa, que no adulto pai ou mãe, gera, em alguns casos, a síndrome do ninho vazio, que é um dor emocional por pensar que a maturidade dos filhos é um tipo de rejeição a todo o trabalho materno ou paterno de investimento que foi feito e com isso, a dor aparece ligada a suposta perda dos filhos.

A Psicopedagogia Institucional pode atuar como uma das colaboradoras no processo de ajuda ao adulto que está sofrendo uma das dores anteriormente mencionadas. Assim, a intervenção da psicopedagogia com ações terapêuticas seria bem significativos para também demonstrar sua importância como uma disciplina e como uma parte da ciência que visa o entendimento do ser humano e como ajudá-lo. Outra vez, a Psicopedagogia pode quebrar barreiras e descobrir como amparar pessoas que estão passando por essas dores, como as da perda, da frustação pessoal e da terrível sensação de fracasso pelo caso fortuito da pandemia e ao mesmo tempo negligência de muitos.

A Dor como Segregadora Social

Ninguém gosta de ser excluído, de nada ou por alguém, mas isto também acontece nas relações sociais, pois, um doente muitas das vezes não sabe que está doente emocionalmente;  Só toma consciência que necessita de ajuda quando, em algum momento social, sofre a segregação por causa de seu comportamento de desgosto, de queixa, de frustração consigo mesmo e isto é exteriorizado em palavras, em desleixo na aparência física, que retrata a confusão emocional que está padecendo. Nos encontros e eventos sociais, as dores emocionais são mais suscetíveis de serem vistas porque o ambiente é propício para externar, mesmo que inconscientemente como um escapismo[1] para o sufocamento das emoções.

Mas como a dor é segregante? É no ponto de que o emocional é abalado sem que haja doença preexistente, em consequência da pandemia, ou até outras questões da própria vida diária. A Psicopedagogia, como assevera E. Fagali sobre o processo de cura: “o processo de cura, expresso  ‘curando’ (do latim: curare) se associa ao ‘ter cuidado com’, vigiar, livrar da doença, um sentido dinâmico de estar atento, de acolher e mobilizar, em busca de um movimento libertador da condição de estar doente”.

Então, a dor é um fenômeno inevitável e que acompanha o ser humano em toda a sua existência. Para José A. da Silva e Nilton P. Ribeiro-Filho a sensação de dor é uma parte fundamental para a própria sobrevivência humana e que serve como um indicador de que tem algo de errado com o organismo, além disso, a dor pode ser emocional, e também tornar-se física – são as denominadas doenças psicossomática. Mas o nosso objetivo neste artigo é contribuir para que os adultos, com pelo menos três tipos de dores, possam ser ajudados: os que sofrem com a síndrome do ninho vazio, os que, por causa da pandemia, perderam algum ente querido ou até mesmo o seu sustento laboral, pela perda do emprego, e ainda aos que, por causa da COVID-19 sentem-se fracassados pela conjuntura socioeconômica do país.

A Dor da Perda e do Fracasso

Já para Betty Carter e Monica McGoldrick a sensação de frustração por terminar um ciclo normal da vida que é a autonomia e independência dos filhos, é vista por alguns como uma sensação de fracasso pela ausência dos filhos. É uma fase marcada pela mudança de casa e das relações sociais e familiares. Portanto, a dor do “ninho vazio” com a ajuda de um profissional como o psicopedagogo que na área institucional atua colaborando para as mudanças necessárias no ambiente e nas relações intrapessoais, e nas interpessoais. Segundo Brito da Luz e Brito da Luz, neste período o casal pode se reencontrar para um reconstrução da vida de casal, já que muitas das vezes o foco deles eram os filhos e a supressão das necessidades deles enquanto pequenos, mas após crescerem e obterem  autonomia, saem de casa para formar um novo núcleo familiar, como uma etapa normal da vida de cada um; isto em alguns casais, ou em um dos cônjuges gera a sensação de perda, de fracasso ou de frustração

Segundo Naiara P. Donida e Sandro R. Steffens a própria insatisfação com o casamento que, tinha muitos percalços na vida a dois, e com a canalização da atenção e das energias nos filhos, os quais, saem de casa para viverem as suas respectivas vidas e decisões, seria um dos possíveis estopins para essa síndrome do ninho vazio. Contudo, se um casamento é estável, a partida dos filhos é a oportunidade de uma dedicação entre os cônjuges, uma segunda lua de mel, e renovação de um ciclo da vida. A forma pela qual enfrentamos as perdas seja de alguém que amamos, de um emprego, ou a sensação de fracasso, de que nada funciona em nossa vida, fará a diferença em nosso futuro.  Como essas sensações são tóxicas, se não forem bem administradas resultam em problemas para quem se aprisiona a elas.

A Empatia e o Vínculo Afetivo como Ação Psicopedagoga

A empatia é saber que mesmo que o outro possa estar errado ou enfrentando um problema emocional, se colocar no lugar dessa pessoa, sentindo as dores que esta sente, para que ao invés de afastá-la por causa de suas queixas, buscar, por intermédio desta empatia, a colaboração e o apoio para que esta pessoa seja conscientizada e entenda que precisa de ajuda de um profissional da área de saúde ou de uma equipe multidisciplinar para atendimento. O papel da psicopedagogia institucional é enfatizar as mudanças no ambiente de trabalho que sejam positivas e assertivas para com aqueles que estão com determinados problemas, podendo ser uma fonte de mediação no processo de autoconhecimento e conscientização.  No entanto, às vezes, não é uma tarefa de um profissional só, mas de uma equipe especializada.

Um fato é certo, a empatia pela dor alheia e o estabelecimento de um vínculo emocional de ajuda e colaboração, em que os que sofrem as dores, quaisquer que sejam, possam ser ajudados efetivamente. sendo a solução a menos custosa para a instituição, e para o indivíduo. Para Roman Krznaric empatia é se colocar na posição do outro, mediante a imaginação, isto para tentar presenciar seus sentimentos.  Já para Emerald Spphire empatia é ver o oculto da personalidade do outro pela percepção das suas emoções.

De acordo com Carl Roger nos tempos de Freud era limitada aos sentimentos, quase que uma obra de arte pela consideração positiva. Toda a percepção de empatia está em um convívio social melhor. Para os diferentes significados que as intervenções terapêuticas relacionais que a psicopedagoga pode fazer é de importância como trabalho colaborativo e de afetividade. Segundo Pichon-Rivière na Teoria do Vínculo, que gera uma adesão ou preferência por causa de atitudes ou pessoas em quem confiamos ou admiramos por motivos diversos.

Considerações Finais

A dor é uma realidade inegável para todos nós, logo devemos aprender a lidar com as perdas, a lidar com os imprevistos da vida. O psicopedagogo pode, por sua formação, atuar proativamente na empresa para que os colaboradores possam encontrar um alívio ou até mesmo a solução da dor que vivenciam. É claro que, se outro profissional da área da saúde for necessário, sua incumbência é de orientar e dar os suportes que são precisos para que o tratamento aconteça. A dor é universal, não vê raça, credo, ou posição social do indivíduo, atingindo, de uma forma ou de outra, todos os humanos que estão vivos. Assim, é preciso aprender a lidar com perdas e com o fracasso, para que se cresça e alcance uma maturidade de vida, com a aprendizagem decorrente da experiência negativa que traz resultados positivos.

Desta maneira, o psicopedagogo pode romper com paradigmas da profissão e ser mais atuante nas empresas. Vale lembrar que além de ser um profissional, também é um ser humano que pode passar pelos mesmos erros, enganos, fracassos e acertos que a pessoa a qual ajuda a se recuperar das dores emocionais.

Notas:

Escapismo são formas de escape de um problema desde a rejeição de sua existência, como a busca de caminhos ou meios para amenizá-lo, que pode ser na bebida ou outra atividade. Até mesmo fugir para um mundo fantasioso. Ver: ESCAPISMO. Disponível em:<https://www.resilienciamag.com/escapismo-a-arte-de-criar-de-criar-problemas–fugundo-dos-problemas/amp/> Acesso dia 25/09/2020, às 09:30 hs.

FAGALI, Eloisa Quadros. Encontros entre Arteterapia e psicopedagogia: a relação dialógica terapeuta e cliente, educador e aprendiz. In: CIORNAI, S., Percursos em Arteterapia. São Paulo: Summus, 2005, pp.27-30.

SILVA, José Aparecido da; RIBEIRO-FILHO, Nilton Pinto. A Dor como um Problema Psicofísico. Rev Dor, São Paulo, 2011, abr-jun;12(2):p.139.

Psicossomática é a demonstração da doença emocional de forma que afeta o corpo com outros tipos de doenças ou mal-estares provocados pelo emocional como sinal de pedido de socorro do corpo. Ver.:< DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS. Disponível em:<https://psiquiatriapaulista.com.br/o-que-sao-doencas-psicossomaticas/ > Acesso dia 26/09/2020, às 19:10 hs.

CARTER, Betty; McGOLDRICK, Monica. (Org.). As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1995. pp.20-1.

KRZNARIC, Roman.  O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p.10.

SPPHIRE, Emerald. Guia de Treinamento das Características da Empatia para Evolução Emocional e Espiritual. Trad. Eliane Carvalho, Babelcube Inc., 2018, p.29.

ROGERS, Carl. Torna-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2016, pp.20-1.

GÊNERO, Deise Carla. Teorias e Práticas da Psicopedagogia Institucional.

Referências

CARTER, Betty; McGOLDRICK, Monica. (Org.). As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1995.

DONIDA, Naiara P.; STEFFENS, Sandro R., Síndrome do Ninho Vazio: Sentimentos das Mães em Relação a Saída dos Filhos de Suas Casas. Anuário de Pesquisa e Extensão UNOESC São Miguel do Oeste, 2018, pp.5-6.

FAGALI, Eloisa Quadros. Encontros entre Arteterapia e psicopedagogia: a relação dialógica terapeuta e cliente, educador e aprendiz. In: CIORNAI, S., Percursos em Arteterapia. São Paulo: Summus, 2005.

KRZNARIC, Roman.  O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.

LUZ, BRITO DA LUZ, L.J.M.N.; BRITO DA LUZ, J.P.A. 109. A síndrome do ninho vazio. Revista Medicina Geral da Família 2000, parte III- saúde e ambientes, 3.1 ambiente familiar, dezembro, 2000.

ROGERS, Carl. Torna-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

SILVA, José Aparecido da; RIBEIRO-FILHO, Nilton Pinto. A Dor como um Problema Psicofísico. Rev Dor, São Paulo, 2011, abr-jun;12(2) pp. 138-145.

SPPHIRE, Emerald. Guia de Treinamento das Características da Empatia para Evolução Emocional e Espiritual. Trad. Eliane Carvalho, Babelcube Inc., 2018.


Falar da Dor é o primeiro passo para a Cura

Quando ouvi esta frase anos atrás eu a interpretava com desconfiança. Como assim, falar sobre a dor? Minha experiência com isso não era positiva. Já tinha acontecido da confidência da minha dor ter sido espalhada aos 4 ventos, afinal já dizia Mário Quintana “todo melhor amigo tem outro melhor amigo”.  

pressão emocional aumenta muito várias vezes na vida. É como uma panela de pressão, se não temos uma válvula de escape a pressão estoura a panela, não importa o material do qual é feita. Assim são as pessoas. 

O corpo e a mente são a expressão dos sentimentos. Este “estouro” pode ser em forma de enxaqueca, derrame, câncer ou em forma de transtorno mental, como uma depressão, síndrome do pânico, um Burnout. 

Sim, falar da angústia é o primeiro passo para a cura. 

A palavra angústia vem do latin angustiae, que significa “dor extrema”.  É a dor da alma.  Como define o psicanalista francês Lacan, “a angústia não mente”, e quem não mente pra você é confiável.

Então por qual razão você sente angústia?  Olhe para a sua vida e analise: onde minhas necessidades foram violadas?  É fato ou será uma interpretação minha?  

E esse é o momento de dividir seu sentimento.  Eu realmente não tenho saída? Será que minhas opções são de fato apenas as que eu enxergo?

Foi para ajudar as pessoas a ampliarem seu autoconhecimento, por meio do aproveitamento do sentimento de angústia que eu criei a friendsBee, uma organização responsável por cuidar da saúde emocional corporativa; uma rede de apoio mútuo, não profissional, onde conectamos quem precisa de apoio com quem pode ajudar. 

É muito especial ver que todos nós vestimos os dois chapéus na vida. Não há quem não precise de suporte emocional e não há quem não tenha vivido uma experiência que possa ajudar alguém.

Somos humanos! É preciso lembrar, porque na evolução da humanidade as características humanas foram sendo desvalorizadas em prol das características mecânicas. Somos seres únicos.

A palavra indivíduo representa exatamente “aquele que não se divide”. Vamos parar de falar em vida pessoal e vida profissional. Só existe uma única vida em você, e seus sentimentos afetam a sua vida. 

Saí da carreira executiva por acreditar que a friendsBee pode ajudar em larga escala, e ao mesmo tempo com o acolhimento individualizado, as pessoas que se descobrem humanas. 

E é assim, liberando as angústias e apoiando que cada um encontre suas respostas e caminhos, que a friendsBee vai construindo um mundo mais feliz. 

Acessar artigo original da BPW São Paulo.

Home Life, saúde mental na quarentena

Home Life, saúde mental na quarentena

É preciso saber viver, já cantavam Roberto Carlos na década de 60 e o grupo Titãs na década de 90, é o que se chama de música atemporal, o que a faz ser tão pertinente ainda hoje.

Em tempos de pandemia, quarentena mundial, nós estamos obrigados a fazer tudo de nossas casas, é o que denominei de Home Life. Nada menos que 100% do tempo em família ou consigo mesmo, para aqueles que moram sozinhos. O que poderia ser considerado um sonho, se transformou num pesadelo e, com isso, surgiu uma questão predominante em todas as mídias “Como manter a saúde mental na quarentena?”. 

O fato é que a saúde mental vem se deteriorando de longa data, tanto que o tema tem sido capa de revistas de grande circulação e das dedicadas à área de Recursos Humanos. Só no Brasil o afastamento do trabalho por burnout cresceu 114% em 2018.

Foi neste cenário que nasceu a friendsBee, startup cujo Propósito é Construir um mundo mais feliz, cuidando da Saúde Emocional na origem e, assim, prevenindo doenças físicas e transtornos mentais. Como analogia, atuamos tal qual a válvula da panela de pressão. Se entupida, a panela estoura causando um grave acidente. O mesmo se dá conosco. O acúmulo do sentimento de angústia causa pressão em nosso físico e na mente, estourando em algum momento, seja em uma simples dor de cabeça até uma úlcera, AVC, depressão, burnout

A friendsBee proporciona um espaço seguro, anônimo e confidencial para que as pessoas possam expor suas angústias sem ressalvas. Nós adultos contemos muito as emoções e guardamos os sentimentos, o que nos prejudica. Em pesquisa que realizamos, identificamos que os três principais motivos para isso são: medo de julgamento, vergonha e o receio de que o que eu contar pode ser usado contra mim no futuro. É como dizia o poeta Mário Quintana “Não te abras com teu amigo que ele um outro amigo tem”.

A quarentena desorganizou a rotina e trouxe todos os papeis da vida para dentro de casa, com um agravante, o medo. Medo de perder o emprego, de perder os clientes, de não conseguir trabalhar e pagar as contas, de perder as economias no caos do sistema financeiro, de adoecer, de perder entes queridos.

Todo medo vem da incerteza do futuro, causando ansiedade. Eu tomo o medo como realidade potencial e me imagino vivendo esta realidade.

Para lidar com esta situação a primeira parte a se organizar é a da própria cabeça. Entender o que é fato e o que é imaginação. Entender quais são todos os papeis que você vai desempenhar dentro de casa e organizar sua vida para dar conta deles, lembrando que o papel mais importante é aquele que você tem consigo. É como em turbulência aérea, onde primeiro você deve pôr a máscara em vocêDefina o tempo que você vai dedicar a você para se restaurar do cansaço físico e emocional. Eu, por exemplo, tiro uma horinha pra jogar homescapes. Sugestivo o nome, não?

São muitas as situações possíveis na sua casa e o desafio é o de conciliação dos papeis, lembrando que quando moramos com outras pessoas que também vivem diversos papeis na sociedade, inclusive as crianças, há que se criar um ambiente onde todos possam coexistir em harmonia. Sei que não é fácil, mas é necessário. Sugiro que se você que está lendo este artigo não é o mais organizado, o mais prático da família, proponha àquele que é este exercício. Pode ser feito de forma lúdica com as crianças, que vão entendendo a cada papel que os pais escrevem, como o tempo deve ser dividido e deve ser respeitado. 

Esta é de fato o que podemos chamar de oportunidade única e tão sonhada de estarmos em casa. Aproveitemos!

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Andréa Destri, fundadora e presidente da friendsBee, saúde emocional, atua como Conselheira na BPW/SP, Mentora ABRH/SP e Membro da Comissão de Pessoas do IBGC

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