O papel do homem na sociedade contemporânea
O termo e seu significado
Ao longo da história, o termo “homem” frequentemente foi utilizado para representar a humanidade como um todo, abarcando homens, mulheres e todos os gêneros. Tal uso pode, inadvertidamente, sugerir uma predominância masculina, ofuscando a contribuição vital das mulheres e de outras identidades. É crucial reconhecer que os homens são apenas uma parte do mosaico humano, não o conjunto inteiro.
Creio firmemente que, na sociedade atual, os homens devem ser agentes de transformação. Para evoluir coletivamente, é essencial não apenas apoiar o progresso social, mas também liderar pelo exemplo. Gandhi certa vez proferiu: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” Este princípio é um dos pilares da verdadeira liderança: inspirar através da ação.
A jornada da humanidade é marcada por uma constante evolução. Dotados de uma capacidade singular de raciocínio, devemos empregar nosso potencial para descobrir e inovar. A estagnação é a antítese do propósito de vida; crescer, evoluir e transformar-se são aspectos intrínsecos à nossa natureza.
Os desafios contemporâneos — mudanças climáticas, direitos humanos, conflitos, fome, desigualdade — exigem uma resposta da humanidade como um grupo inclusivo: homens, mulheres, pessoas trans, abrangendo todos os gêneros e raças. A mudança só será possível através de nossa ação coletiva.
Saindo da bolha
Como homens, podemos iniciar essa transformação refletindo sobre nossos preconceitos e comportamentos, reconhecendo que fazemos parte de uma sociedade que perpetua certas injustiças.
O aprendizado é contínuo e diversificado, seja através da convivência com mulheres poderosas, como minha esposa feminista e admiradora de Frida Kahlo, seja por meio de interações enriquecedoras em ambientes majoritariamente femininos ou pela imersão em culturas distintas.
Quando comecei a conviver com pessoas da comunidade LGBTQIA+ aprendi muito. Quando fui para a Amazônia, cheguei a conclusão que não conhecia o Brasil, pois metade ou mais do território brasileiro é floresta amazônica. Quando decidi apoiar o Instituto C, que cuida e ajuda famílias em vulnerabilidade social, aprendi muito sobre desigualdade. Quando comecei a conviver com pessoas negras entendi o quanto o racismo estrutural dificulta o crescimento dessas pessoas. Quando uma pessoa negra me perguntou quantos amigos negros eu tinha ou quantos autores negros eu já tinha lido livros e minha resposta foi zero, entendi que é preciso estudar mais e sair mais da bolha.
Cada experiência, cada pessoa com quem convivemos, cada história que ouvimos nos oferece uma janela para realidades fora de nossa bolha. Ao sairmos de nossa zona de conforto, nos deparamos com o mundo real, em toda a sua complexidade, e só então podemos começar a efetuar mudanças significativas.
Pequenas ações, grandes mudanças
Portanto, como homem na sociedade contemporânea, nossa missão é contribuir para a criação de um mundo melhor. A magnitude dos dilemas que enfrentamos pode parecer esmagadora, mas acreditar na capacidade de fazer a diferença, mesmo que seja apenas dentro de nosso círculo imediato ou em nossas ações diárias, é o que dá sabor à vida. Mudar o mundo começa com pequenos passos, alinhados aos nossos valores e convicções sobre o que é justo e positivo.
Lembremos da jovem na praia, devolvendo estrelas-do-mar ao oceano. Diante da observação de outra pessoa que a encontra, de que muitas ainda perecerão, ela responde que, para aquelas que salva, faz toda a diferença.
Da mesma forma, cada gesto nosso pode não mudar o mundo inteiro, mas para alguém, pode mudar tudo.
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Francisco Deppermann Fortes é conselheiro, mentor e coach. É mestre em Administração e formação em coaching pelo Ecosocial. Atuou como VP de Pessoas, Gestão, TI e SSMA na Gerdau. Engenheiro.
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Agradecimento pela imagem central @Mubariz Mehdizadeh umplash✨
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